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Residência Artística - A primeira correspondência de Pessoa Renascido

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  Irmãs Pessoanas do Desagravo e do Extâse dos Poetas Irmãs Pessoana do Desagravo, espero que não vos desagrade esta missiva , já tenho  as ideias bastante  claras, para vos esclarecer em todas as vossas  dúvidas quanto à residência  artística que faremos em honra do Poeta , Pessoa, que em mim renasce sempre que vos vislumbro entre as portas do confessionário,aí onde vos oiço dizer, as ladaínhas de Baudelaire... ora vos  envio estas tâmaras secas e  uvas passas para que seja sempre  uma  delícia para vós ouvir-me.  Corri o pais  inteiro  em busca  de um lugar perfeito para que possamos habitar para todo o sempre em nossa pátria almejada, a  sebastiânica grei restaurada no império do amor de que seremos o farol, quinto império da excelência dos que  fizeram do verbo seu sémen fecundo, como Deus o incognoscível fez da sua palavra verbo, e do verbo sémen do que somos,  isto é, semente em vossa madre superior, Constantia, ou vossa aia  Maria do Lado, . Eu vos fecundo. E para que vós, irmãs

Segundo Estupro - “Irmãs Pessoanas Descalças do Desagravo e do Extâse dos Poetas“

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  “Irmãs Pessoanas Descalças do Desagravo e do Extâse dos Poetas“ Introitus Uma mulher ao longe aproxima-se. É Constantia....ou Maria do Lado, Caminha pela orla costeira como que abandonada e o meu desejo irrompe súbito como um torpedo ou o lampejo de uma tocha acesa de querosene no óleo do mar travestido. Possui-la ali na areia, uma eterna irmã do meu desagravo, talvez desconhecida, possui-la ali, diante do altar do poeta, num acto primitivo de violação como se as entranhas se revolvessem no peito e este arfando engolfinhasse mar adentro, correndo para dentro dela como um louco, absolutamente… A brisa no rosto dela calafetando a sua desventura…as soldanelas guardando este pisar sem horas nos encontros surreais da tarde… não me sinto, apenas sonho,morro de mim nela a vir-me, cadáver primitivo do que fui….nas etiquetas colocadas  no poente.

Estupro - “Irmãs Pessoanas Descalças do meu Desagravo “

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  “Irmãs Pessoanas Descalças do meu Desagravo “ Kirie eleison Primeira Violação Persegui-vos em vossa alma feminina com a suave ondulação de quem caminha por caminhar em redor do lugar ermo em que erigistes vosso convento, para que ativesses minhas súplicas e me permitísseis socorrer-vos nas tarefas banais consertando as sebes das vossas hortas, debruçado sobre o vosso seio, atinando com os pássaros de vosso vergel, iluminando com as minhas preces os vosso jardins de Vénus incansáveis… agora que nenhum pássaro marítimo vem interromper-me com os seus gritos sufocantes,  caminhando a contragosto com o vento das dunas no meu rosto, pensava em como me poderia aconchegar na alcova de vossa madre superiora, porque sei o bem, seus votos são apenas venais, e por qualquer oferecimento de meus dons me recebereis… sei-o como poeta de veia, que vos inflama a minha poesia, e que a tereis por bom recebimento a troco dos vossos e dos meus favores….não sei o que é isto que se forma no nosso pensamento

Pessoana Descalça : Irmãs Pessoanas Descalças do meu Desagravo

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  “Irmãs Pessoanas Descalças do meu Desagravo “ Kirie   E leison Persegui-vos em vossa   alma feminina, Madre Maria do Lado, vosso poeta e anjo,  com a   suave ondulação de quem caminha por caminhar, em redor do lugar ermo em que erigistes vosso convento, para que ativesses minhas súplicas e me permitisses socorrer-vos nas tarefas  mais   banais, tão só socorrendo-vos nas vossas suplicações, abraçando-vos nos  vossos desafogos  espirituais, para que  em vos ouvindo na intimidade do confesso, vos conserte o coração de mil agravos, consertando igualmente  as sebes das vosso horto e pomar, debruçado sobre os vosso pomos, beijando vossos mamilos com a sabedoria de que só aqueles que  vos ordenam e  ordenham os sentimentos mais afoitos  possuem, atinando com os pássaros de vosso vergel, iluminando com as minhas preces os vosso jardins de Vénus incansáveis até no látego do desapego sem limite  porque implorais quando chego… agora que nenhum pássaro marítimo vem interromper-me com os seus

Pessoana Descalça : Introitus

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Introitus “ Onda   curta” Estou só , sinto me ausente, caminho, não espero nada, nada me alcança no fio da navalha do horizonte e   no lugar comum da praia . Estou como a lua, silenciosa e ausente na tarde turbulenta, fio de foice, navalha de espera a talhe de outrora….como se carpisse um instinto lúgubre e sombrio vindo do nada que me habita.       Uma mulher ao longe aproxima-se. Caminha pela orla da vida na direcção da praia como que abandonada ao infinito que a sufoca, e o meu desejo irrompe súbito nas suas costas almejando as suas nádegas sob a saia, como um torpedo ou o lampejo de uma tocha acesa de querosene no óleo do mar travestido. Possuí-la, ali mesmo, no fim do caminho, na duna de areia àquela  desconhecida,  n um acto primitivo de violação, incendiando-lhe  as entranhas até que lhe revolvessem num estertor de imensa mágoa ou perdão sufocado no peito, o ventre arfando, engolfinhados, por fim, mar nosso adentro: agora vou correndo para ela   como um louco, absolu

Na sombra dos mistérios e dos arquétipos

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  Na sombra dos mistérios e dos arquétipos : do terror…. (..) Desse lugar em que subíamos pela escadaria da morte avistamos casas sólidas viradas á sombra dos sem destino, eramos filantropos da última morada, servindo a causa da ceifeira invisível na montada. Uma vez chegados ao castelo do sem fim, nada havia para nós senão os restos das iguarias que os comensais e amigos já haviam comido, deitaram-nos os ossos e lamberam-nos as feridas enviando-nos para arena dos suplícios onde o cisne negro, a donzela de duas cabeças e longos pescoços poisada sobre os brasões ilegíveis do mistério, onde os frontões dos monastérios comunicam com as galerias das fêmeas insatisfeitas ,nos enfeitiçou para sempre com o seu bailado magnético.. Enrolando-se em nós, penetrando-nos a alma com uma narcótica felonia, deixou-nos a sua marca inviolável nas entranhas com o o jogo sexual da putrefação e da morte, aí fomos despidos de todas as esperanças e temores e sangrados ao vivo, depois de desmembrados e  ensac

Na Estrada do Nó Górdio

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  Contos ou charadas sem sujeito nem objecto   Na estrada do nó górdio ( a herança do sem herdeiro) “ Na estrada do nó górdio o tempo passeia de viés como um desconhecido. O desconhecido  podia ser ele, o tempo, ou outro individuo, embora ninguém houvesse  disso consciência. O nó górdio fica no fim da estrada e quem o desata  entra noutra dimensão e herda as chaves do enigma,  do seu próprio reino.” I “O odor da imortalidade” Não foi por ter descoberto o  seu passado de pedreiro livre, franco atirador da novidade, que C. veio contar-nos a sua  deliberada  história  fundada numa espécie de livre arbítrio cujo alcance  ele mesmo desconhecia.  A sua premissa era de que esse livre arbítrio se  fundamenta á partida na hipótese de que o odor, ou  aquilo a que denominamos  odor, não passa  da manifestação primeira da  possibilidade  da alma ser imortal e  do seu carácter naturalmente fugidio, tal como o do tempo ter todas as características daquilo a que intitulamos de odor. C  , convenhamos